segunda-feira, maio 25, 2009

Transformações

Eu mudei muito depois que o Antônio nasceu. A passagem de não-mãe para mãe me transformou de forma significativa, tão significativa quanto a passagem da infância à adolescência, ou da adolescência a vida adulta. Mudaram meus hábitos, minhas prioridades e minha maneira de ver a vida.
Uma das mudanças principais, essa talvez causada pela cesariana não-desejada, foi um novo posicionamento em relação ao que seria um "parto perfeito". Antes de ter o Antônio, eu queria sim um parto normal, mas deixei tudo nas mãos da médica. Procurei uma médica famosa, que dizia ser "favorável ao parto normal" e pronto. Eu não queria fugir ao padrão, sempre fui super convencional, então se ela dizia que tinha que ser com anestesia (entre outras coisas) era assim que seria. Infelizmente, no Brasil, esse é o caminho mais rápido para se ter uma cesariana indesejada e provavelmente desnecessária.
Depois que o Antônio nasceu, foi como se uma névoa se abrisse e eu visse o sol claro na minha frente. Consegui entender finalmente que o parto não é um evento médico: é da mulher e a mulher tem que se informar e se posicionar para ter o parto dos seus sonhos. Quanto mais eu lia sobre o assunto, mais claro ficava pra mim que o meu parto ideal seria aquele com o mínimo de intervenções possíveis, com uma doula pra me auxiliar no alívio da dor e com o médico me "assistindo" e não "fazendo" o parto. Idealmente quem me assistiria seria uma parteira (enfermeira obstetra) e não um médico porque acredito que as parteiras são melhor treinadas para lidar com a normalidade, enquanto os médicos devem cuidar das patologias. Infelizmente, no Brasil, não temos parteiras atendendo nas maternidades particulares. Cheguei a pensar em parto em casa, mas desisti por falta de coragem de enfrentar a família e também por causa da cesárea prévia que traz um risco um pouco aumentado de ruptura.
Ficou mais do que claro pra mim que teria que trocar de médico, pois a minha médica anterior segue outro modelo de atendimento, centralizando as decisões e usando as intervenções de forma rígida, sem aceitar o auxílio de doulas. Marquei consultas com alguns médicos diferentes e acabei ficando com quem mais me identifiquei, o Dr. Marcos Dias, que é pesquisador e referência no assunto de humanização do parto. Para mim, um médico bom não é aquele "gente boa" ou "paizão" e sim aquele que explica o porquê de suas recomendações usando as evidências científicas e apresenta as possibilidades ao paciente para que ele tome a decisão final. Um exemplo disso foi que o Dr. Marcos me explicou o que era o exame de translucência nucal, que era só um rastreamento e não daria uma resposta definitiva. Perguntou se eu queria fazer mesmo sabendo que poderia me preocupar à toa, enquanto a Dra. Isabella simplesmente passou o exame, sem maiores explicações.
Agora preciso encontrar uma doula com quem me identifique pra me auxiliar no trabalho de parto. Já tenho algumas indicações e tenho que entrar em contato com elas pra me decidir.

sexta-feira, abril 24, 2009

A descoberta II

Como eu estava medindo a temperatura basal, dessa vez sei direitinho o dia em que eu engravidei: 31 de janeiro de 2009. A descoberta foi no dia 14 de fevereiro, Valentine's day e, sem eu saber, no horário do alinhamento de aquário. Estávamos de férias em Porto de Galinhas e eu tinha levado um exame de farmácia pra lá.
Dessa vez consegui fazer surpresa para o Roberto. Fiz o exame cedinho, ele e o Antônio estavam dormindo. Foi muita emoção quando vi o resultado, fiquei tremendo. Depois quando eles acordaram pedi para o Antônio entregar o exame para o pai. Ele foi até o Roberto mostrou o exame pra ele e disse "é do papai!" Aí foi uma festa, minha e do Roberto é claro, porque o Antônio não entendeu muito na hora. Mas desde então temos conversando com ele sobre o neném na barriga da mamãe e ele está começando a ter noção do que está acontecendo. Às vezes gosta de falar do assunto e outras nem tanto.
Depois da descoberta passamos um dia maravilhoso na Praia dos Carneiros! Recomendo. Aí embaixo uma foto do Antônio tirando uma soneca no quiosque onde passamos o dia.



A decisão II

Eu sempre quis ter dois filhos e o Roberto sempre quis três ou mais (!!!) . Então desde que casamos já sabíamos que não pararíamos no primeiro. Mas confesso que os primeiros meses do Antônio foram meio difíceis pra mim e só quando ele completou um ano comecei a pensar na hipótese de encomendar o segundo. Mas queria que o intervalo fosse maior do que 2 anos pra poder tentar um parto normal mais tranquilamente. Aí decidi esperar pra tentar engravidar em outubro, e ter o bebê em julho, o que pra mim seria bom pra emendar a licença-maternidade com as férias de verão e ficar 7 ou 8 meses com o bebê em casa. Só que as coisas não foram tão fáceis quanto da primeira vez e acabei engravidando no final de janeiro. O bebê vai nascer em outubro (ou começo de novembro), no meio do semestre, e eu vou ter que voltar a trabalhar em abril, quando acabar a minha licença-maternidade. Pelo menos agora a licença é de 6 meses, senão eu teria que voltar a trabalhar no início de março. Com o Antônio eu consegui emendar a licença de 4 meses mais férias e deu pra amamentar ele exclusivamente por 5 meses (e continuar amamentando até 1 ano e 5 meses). Espero conseguir isso ou mais com o João.

Voltei!

No meu último post eu disse que o blog iria se encerrar, pois eu não estava mais grávida. Agora tenho uma ótima desculpa pra voltar: estou gravidíssima! Completo 14 semanas amanhã, esperando (muito provavelmente) o João.
E pra começar, vou colocar uma foto atual do Antônio, no aniversário de 2 anos dele. Quando encerrei esse blog, há 2 anos atrás, não tinha noção do quanto o meu amor por ele aumentaria, do quanto eu iria curtir ser mãe dele! Hoje ele é um garoto super esperto, carinhoso, tagarela, musical, curioso e só um pouquinho genioso e mandão...rs...E que, eu espero, vai ser um grande companheiro para o irmãozinho João.

quarta-feira, abril 18, 2007

Antônio e seus fãs

Esse blog vai se encerrar por aqui, afinal eu não estou mais grávida e não tenho mais tanto tempo para escrever. Assim, resolvi fazer um fotolog para o Antônio (http://antonioeseusfas.nafoto.net), onde vou postar fotos dele e também escrever textos pequenos relacionados às fotos contando como vai a nossa vidinha. Por enquanto, coloquei as fotos da maternidade, incluindo as fotos tiradas na hora do parto pelo fotógrafo da Perinatal que não estavam no álbum que o Roberto fez. Para ver desde o começo, o link é http://antonioeseusfas.nafoto.net/photo20070412232746.html. Nas legendas, eu tento contar um pouco do que aconteceu por lá.

Pra terminar vou contar um pouquinho sobre a vida de mãe de recém nascido. Antes de ser mãe, eu sempre ouvia que ter um filho era uma mudança muito grande de vida, mas só dá pra ter noção do quanto isso é verdadeiro depois que o bebê nasce. Pelo menos no início, a sua vida fica completamente voltada para o bebê, principalmente para quem está amamentando e não tem babá como eu. Basicamente, o bebê mama, come, dorme, faz cocô, faz xixi, brinca um pouquinho e chora. Quando ele chora, você fica tentando adivinhar qual é o problema: será que ele está com fome? Com sono? Com cólicas? Tentamos fazer ele seguir uma rotina pra facilitar na adivinhação mas nem sempre isso funciona, porque tem dias que a fome vem mais depressa que o normal ou ele se recusa a dormir. Outro problema é que as vezes o bebê começa chorando por um motivo, não pára e depois começa a chorar por outro. Por exemplo, se ele está com cólicas e você tenta fazer ele mamar, ele não vai querer. Mas daqui a pouco, passam as cólicas e ele já está com fome. Só que até você descobrir isso e tentar dar de mamar de novo, o bebê já está gritando de fome e não de cólicas.

Além disso, eventos inesperados sempre acontecem. Por exemplo, você coloca o bebê para dormir no berço, ele parece estar dormindo bem e você relaxa. Daqui a 15 minutos ele acorda de novo chorando, você tenta acalmá-lo balançando-o suavemente e dando a chupeta. Ele não pára de chorar e você não entende porque até finalmente levantá-lo do berço e descobrir que o xixi vazou da fralda e o colchão está todo molhado por baixo do bebê.

Eu tenho muita sorte porque tenho um marido que tem muito jeito com criança e me ajuda muito. Caso contrário, seria bem difícil passar por esses primeiros meses sem uma babá ou outra ajuda. A minha mãe e a minha sogra também visitam frequentemente e ajudam bastante. Com isso eu até consigo dar umas saidinhas de vez em quando para mudar de ares e voltar renovada para cuidar do Antônio.

A recompensa maior de todo esse trabalho é poder passar os dias fazendo carinho, beijando, brincando e acompanhando o desenvolvimento do meu filho lindo. Agora, com 7 semanas, ele já fica bastante tempo brincando com o móbile e outros brinquedinhos, presta muita atenção no que a gente fala, e até faz uns sonzinhos de volta. E a coisa mais linda são os sorrisões que ele dá pra gente, como esse da foto.